Mito em contexto - Coluna 103
(Próxima: 05/12/2010)
Deuses em órbita
A palavra “asteroide” é derivada do grego “astér”, que significa estrela, e “oide”, que denota semelhança. Os pontos de luz que foram vistos nos primeiros telescópios eram parecidos com estrelas. Posteriormente, quando foram fotografados perto de sondas espaciais, notaram que os asteroides tinham superfície como a da Lua, cheia de crateras. Já foi popular a ideia de que os asteroides eram remanescentes de um planeta cujos habitantes descobriram a energia nuclear e com ela explodiram seu mundo. A teoria atualmente aceita é de que essas rochas são fragmentos de planetas que não se formaram.
Conforme foram ‘descobertos', os planetas receberam nomes de deuses da mitologia greco-romana: Júpiter, Marte, Mercúrio, Vênus, Saturno, Urano, Netuno, Plutão. Os asteroides também receberam nomes de deuses gregos durante algum tempo. No início, apenas nomes de deusas, quando os nomes se esgotaram, receberam nomes de cidades, estados, animais de estimação e pessoas reais ou fictícias. Normalmente, quem encontrasse um asteroide novo, podia dar-lhe um nome. Atualmente, a maioria deles é designada pelo ano da descoberta, seguido de letras ou números.
O cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter contém milhares de asteroides com diâmetros de um quilômetro ou mais. Não há limite mínimo para o tamanho de um asteroide, que pode chegar a partículas de poeira. Os maiores asteroides encontrados foram Ceres, Palas, Juno e Vesta. Com diâmetro de mais de 1.500 quilômetros, Ceres, nome romano da deusa Deméter, foi o maior asteroide e o primeiro a ser descoberto, em 1801, pelo astrônomo italiano Giuseppe Piazzi.
Em 1802, o alemão Heinrich Olbers encontrou Palas, epíteto da deusa da sabedoria Atena, com cerca de 600 quilômetros de diâmetro. Em 1804, o alemão Karl L. Harding encontrou Juno, nome romano de Hera, esposa de Zeus, com cerca de 240 quilômetros de diâmetro. Em 1807, Heinrich Olbers localizou Vesta, nome da divindade do Fogo e do Lar, com uns 530 quilômetros de diâmetro.
Sabe-se que os asteroides podem sair de suas órbitas após uma colisão entre eles ou pela atração gravitacional de Júpiter . Como cruzam a nossa órbita, alguns objetos já nos atingiram. Alguns acreditam que o impacto de um objeto gigante causou a extinção dos dinossauros no período Cretáceo, há milhões de anos. Em 1908, uma colisão destruiu inúmeras árvores num círculo de quilômetros no vale do rio Tunguska, Sibéria central. O asteroide Hermes, nome do mensageiro dos deuses, com cerca de 800 metros de extensão, passou bem perto de nós em 1937. Asclepius, nome do médico filho de Apolo, chegou mais próximo ainda, em 1989. Outros tantos continuam passando ‘perto', mas sem nenhum dano ao nosso planeta.
Estudiosos dizem que o impacto de grandes asteroides com a Terra será fulminante e que acontecerá em breve. Há décadas, filmes de ficção científica, como “Impacto Profundo” e “Armaggedon”, colaboram para espalhar o pânico de uma colisão a caminho do planeta. A NASA, Agência Espacial Americana, sempre esfria os ânimos, dizendo que o risco é incerto, mas não deixa, claro, de estudar os objetos perto da Terra. Os adeptos de teorias de conspiração dizem que a agência esconde informações da população sobre possíveis catástrofes.
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