Solange Firmino
Professora do Ensino Fundamental e de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Escritora, pesquisadora. Estudou Cultura Greco-romana na UERJ com Junito Brandão, um dos maiores especialistas do país em Mitologia.
Mito em contexto - Coluna 105
(Próxima: 5/2/2011)
Adoração da Luz
As tradições religiosas contam que o mundo foi criado após a manifestação da luz. O moderno pensamento científico sustenta que nosso universo foi criado a partir da explosão de um átomo primordial. Nas antigas práticas místicas de civilizações como Egito, Grécia e outras, esse átomo primordial era conhecido como “Ovo Cósmico”. Místicos e cientistas concordam que o Universo nasceu da explosão de um átomo, e que essa explosão liberou a luz onde só havia trevas. Assim, o Universo foi feito de luz.
Desde que o homem despertou para os mistérios da natureza, intuiu a energia presente na luz, e que a existência dela possibilitava a vida e o progresso. Cada conquista realizada era como uma luz que se acendia na sua mente. Era o insight para o cientista; e Iluminação para o místico e o Sol para muitos. Pinturas e escritos antigos refletem o respeito e a adoração dos povos pelo Sol; seu surgimento trazia visão e segurança, salvava do frio e da escuridão. Sem ele, os antigos perceberam que não haveria vida no planeta. Nasceu a adoração da luz e o vínculo do Bem à sua presença; e também nasceu o temor das trevas, vinculando o Mal à sua ausência. Criou-se a religião solar e o culto às estrelas, de onde vem a ciência da Astronomia.
Os povos estavam atentos às estrelas, que formavam padrões que lhes permitiam reconhecer ou antecipar acontecimentos que ocorrem de tempos em tempos, como luas cheias e eclipses. Os antigos começaram a catalogar os grupos celestiais no que conhecemos atualmente como constelações. No Egito antigo, a estrela figurava nas práticas sagradas em dupla face, representando o lado material e imaterial da divindade, bem como sua projeção no homem. Os hierofantes diziam que essa estrela era como uma porta que convidava a atravessá-la para entrar em outra realidade e adquirir a sabedoria iniciática.
Sírius, uma das estrelas de nosso firmamento, parece bem grande porque está apenas a 8,7 anos luz da Terra. Ela emite bem mais luz do que o Sol e é 1,8 vezes maior do que ele. Comparada com outras estrelas, no entanto, é relativamente pequena.
No antigo Egito, a estrela Sírius era representada pela Deusa Sothis, ou Isis Sotis, e pelo Deus Hermes Thot. Seu aparecimento coincidia com o momento da cheia do rio Nilo, que trazia fertilidade às terras inundadas.
Sírius aparece representada ao longo do Rio Nilo nos monumentos e templos. Entre eles, os Templos da Deusa Isis Hator, que eram erguidos com orientação para Sírius. Os Egípcios acreditavam que essa estrela detinha o destino do nosso planeta, e que era para lá que iam, após a morte, as almas dos sacerdotes e Faraós.
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