COLUNA DE THATY  MARCONDES 
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR, onde exerce o cargo de Delegada na área Literária (Secretaria Municipal da Cultura).

2ª quinzena de maio de 2010 - Coluna 130
(Próxima coluna: 3/6/2010)

Gandhi

Quantos Gandhis seriam necessários para se construir a paz? Falo sério: construir. Trata-se de um problema real que precisa de projeto, planta baixa, caixa alta, cópia azulada, escala apropriada, como faz um engenheiro ou um arquiteto. Porém, nesse caso, seriam engenheiros e arquitetos de caráter, de esperança, de remodelação do ser humano; um trabalho árduo de reforma, educação, amor e respeito. Alguns pensadores e filósofos seriam bem vindos, assim como seres humanos de fato que se preocupem com o social (não aquele social de colunas em jornais e revistas, pra quem só sabe ver figurinha e não tem capacidade de ler).

Será que existe mesmo a tal reencarnação? Se existe, será que dá pra gente fazer um pedido urgente, tipo delivery , pra que mandem Gandhi de volta e ele monte uma “Escola de Seres do Bem”?

Onde as desgarradas ovelhas de boa vontade se escondem, nesses tempos de tanta violência, tanta incompreensão, tanto sangue inutilmente derramado?

Tá, não há guerras mundiais no momento... Ao menos não há guerras tradicionais, como aquelas descritas em livros (coisa de séculos passados). A guerra de hoje é do homem contra o homem. A humanidade provocando seu próprio extermínio. Era de Aquário? Não, senhoras e senhores, creio que estejamos vivendo a Era do Escorpião, aquele ser ignóbil que ataca a si próprio por instinto, por estar a destruição e auto-aniquilamento intrínsecos em sua natureza.

Conseguimos matar até o tempo, e na correria do dia a dia, vamos esbarrando em acontecimentos que deviam nos deixar estarrecidos, e, no entanto, simplesmente vamos em frente, deixando corpos inocentes ao largo, como se essa violência e destruição fosse algo absolutamente normal. Tornamo-nos predadores. Predadores da própria espécie.

E para alimentar nosso corpo e induzir nosso espírito à barbárie, preservamos animais comestíveis para alguns, em detrimento a campos verdejantes, paisagens bucólicas que inspirariam até os seres mais frios e destituídos de quimeras. Teremos que inventar um novo jeito sintético pra tudo: pra respirar, pra comer, pra sonhar... As pragas estão à solta, as doenças desconhecidas (criadas pela nossa própria mutação ou através de nossas “invencionices”)...

Quantos Gandhis seriam necessários para salvarmos a terra e o homem do próprio homem?

Sonhar, mais um sonho impossível...


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